sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sobre a Usina de Belo monte e os palanques...

A democracia realmente deve ser defendida acima de tudo, e às vezes somos obrigados a conviver com opiniões opostas. Mas quando a questão ultrapassa os limites da lógica, nós precisamos ver os motivadores de tais opiniões.
Alguns espertos, como o Diretor James Cameron, utilizam o mote da defesa da natureza para fazer propaganda de sua imagem. “Vou usar minha voz e meus filmes para tentar alertar sobre essa obra destruidora de populações indígenas e ribeirinhas”, disse o canadense no site do Greenpeace, onde a entidade ainda afirma que "Ignorando protestos de pesquisadores e comunidades tradicionais, o governo autorizou este ano a construção daquela que vai ser a terceira maior hidrelétrica do mundo".
Pois é isso mesmo, ignorando protestos de pesquisadores e comunidades, mas defendendo outra visão para o desenvolvimento do Brasil e da Amazônia. Será que essas comunidades, pesquisadores ou ativistas conhecem a realidade da própria região da construção da usina? Vamos aos fatos:
Altamira: agricultura (arroz, cacau, feijão, milho, pimenta-do-reino) e a extração de borracha e castanha-do-pará são as principais atividades econômicas do município. O município ainda não dispõe de acessos pavimentados, pois a única rodovia utilizada para chegar ao município é a Rodovia Transamazônica (BR-230), que teve seu processo de pavimentação interrompido na década passada, o que deixa o município por um longo período (chuvas) incomunicável por malha rodoviária, corroborando com o pouco desenvolvimento industrial. Até 1998 o município era alimentado por uma central termoelétrica desativada logo após a inauguração da LT 230 KV Tucuruí - Altamira, projeto Tramo-oeste desenvolvido pela Eletronorte.
A região sofre um processo de atrofia econômica e conseqüentemente social, pois não foram feitos investimentos necessários para a região uma vez que a infra-estrutura é precária. O ecoturismo tem um potencial enorme e muito pouco explorado até o momento.
Será que esses ecologistas lembram-se dos cidadãos sem saneamento básico em Altamira, com 70% da população sem qualquer estrutura de esgoto. (veja o quadro)

Será que não lembramos que foi apenas com a Usina de Tucuruí que a termoelétrica de Altamira foi desativada. Aliás, será que os críticos lembram também que com a nova usina toda a região norte perderá a dependência com usinas termoelétricas. Será que o Sr. Cameron se lembra das usinas termoelétricas, a carvão e óleo, existentes nos Estados Unidos e Canadá? Mas hoje o Brasil é um excelente palanque para ele.
Seria interessante lembrar o projeto de Belo Monte é uma usinas a Fio d'Água, que geram energia com o fluxo de água do rio, não acumulando ou acumulando pouca água. Elas distribuem-se ao longo do rio. Não vou continuar a explicar porque parece que todos viram engenheiros quando começam a falar de usinas, energia, apagão...
Se tivéssemos apenas os desenvolvimentistas, talvez a metade da amazônica seria pasto, mas se tivéssemos apenas ativistas ecológicos... o que seria? O caminho continua sendo a democracia, debates e determinação de um caminho sustentável, mas sem extremismos, para qualquer lado ou palpites furados de quem só quer aparecer.
Notícia:
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