Autores:
Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino
Dilney C. B. Pereira Junior
Palavras-chave: Malha
de Terra, Variação de Frequência, Eletrodo, Resistência de Aterramento, Testes
e Ensaios.
Resumo
Para a medição de resistência de sistemas de
aterramento, algumas alternativas consagradas como o método da queda de
potencial com injeção de corrente trazem resultados confiáveis quando se
trabalha com sistemas desenergizados. Uma alteração no procedimento
convencional, como a utilização de uma fonte com alta tecnologia que permite a
variação da frequência do sinal gerado para injeção de corrente, possibilita a
execução de ensaios em sistemas de pequenos e grandes portes em circunstâncias
de operação normal, totalmente energizados. A utilização de uma frequência
diferente da frequência fundamental possibilita eliminar todas as
interferências causadas pelos sistemas e permite também a realização de um
ensaio com maior nível de segurança, uma vez que a corrente injetada não
precisa ser de alta intensidade.
1. Introdução
A avaliação da condição do aterramento de subestações
de média e alta tensão tem sido cada vez mais importante. Algumas técnicas para
avaliação das malhas de terra já são utilizadas a vários anos. Porém são
técnicas que preveem a realização dos testes com a instalação desenergizada.
Com a implantação do novo modelo e de novas regras
para o setor elétrico brasileiro, dentre elas, os contratos de concessão que
penalizam a indisponibilidade das instalações (parcela variável) e as
exigências da norma NR 10 nos itens 10.2.3 e 10.2.4, que cobram a
responsabilidade das Empresas de avaliarem o estado das malhas de terra de suas
Subestações, foi necessário repensar a metodologia para os testes de avaliação
das malhas de terra, considerando agora a hipótese de realizar os trabalhos sem
a necessidade de desligamentos dos ativos. Desta forma é promovida a diminuição
da indisponibilidade dos ativos e a adaptação e otimização dos recursos
necessários para a execução dos ensaios, priorizando a segurança das pessoas e
das instalações.
Devido o envelhecimento das instalações e a diminuição
do número de profissionais envolvidos com a avaliação dos equipamentos na
subestação, torna-se imperativo a busca de procedimentos e ferramentas que
possibilitem a obtenção de dados das instalações de forma rápida e precisa.
Este trabalho mostra técnicas de avaliação e testes de
aterramento de subestações energizadas utilizando varredura de frequências.
Mostra as definições de aterramento e apresenta métodos consagrados de teste,
mas agora com a aplicação variação de frequência nos testes.
O trabalho também apresenta alguns resultados de avaliações
realizadas em subestações da Celesc Distribuição S.A. Estas subestações são de
pequeno porte, com diagonais de até 100 metros de comprimento. Os resultados
são comparados com os ensaios antes e depois da energização da instalação.
Outros ensaios mostram a eficiência do método utilizando frequência diferente
da fundamental em instalações com muita interferência e a impossibilidade de
fazer estes ensaios utilizando-se o método convencional.
2. Desenvolvimento
2.1 Considerações sobre Aterramento
Define-se aterramento como a ligação intencional de
parte eletricamente condutiva à terra, através de um condutor elétrico e
sistema de aterramento como o conjunto de todos os eletrodos e condutores de
aterramento, interligados ou não, assim como partes metálicas que atuam direta
ou indiretamente com a função de aterramento, tais como: cabos para-raios,
torres e pórticos, armaduras de edificações, capas metálicas de cabos,
tubulações e outros.
Considera-se um sistema aterrado quando o sistema ou
parte de um sistema elétrico cujo neutro é permanentemente ligado à massa
condutora de terra, ou seja, conectado ao sistema de aterramento ao qual são
ligadas as partes metálicas do equipamento ou da instalação que, normalmente,
não ficam sob tensão (ABNT, 2009).
Além de diversas bibliografias relacionadas ao termo
aterramento, um grande número de profissionais do sistema de energia elétrica
oferecem várias definições. Podemos dizer então que aterramento refere-se a
terra propriamente dita ou uma grande massa que se utiliza em seu lugar. Quando
dizemos que algo está “aterrado”, queremos dizer então que, pelo menos, um de
seus elementos está propositalmente ligado a terra (Moreno, 1999)
O aterramento é constituído basicamente de três
componentes: os eletrodos de aterramento, as conexões elétricas que ligam um ponto do sistema aos eletrodos e solo em torno dos eletrodos.
Esses eletrodos de aterramento são constituídos
geralmente de qualquer elemento de metal enterrado no solo, por exemplo, hastes
de cobre ou aço cobreado, malhas de condutores de cobre ou sistemas hidráulico
com canos condutores. As hastes verticais são mais comuns. Mesmo nos sistemas
reticulados de malhas de aterramento, são utilizados hastes, principalmente se
as camadas com menor resistividades estiverem mais profundas (Visacro, 2002).
A avaliação de um aterramento é realizada pela
capacidade de condução da corrente para terra, ou seja, a impedância é o modo
de como o sistema enxerga o aterramento.
Para se avaliar a natureza dos aterramentos, deve ser
considerado que, em geral, uma conexão a terra apresenta resistência,
capacitância e indutância, cada qual influindo na capacidade de condução de
corrente para terra. A impedância é a maneira na qual o sistema enxerga o aterramento.
Esta impedância, denominada Impedância de Aterramento, pode ser conceituada
como a oposição oferecida pelo solo à injeção de corrente elétrica no mesmo,
através dos eletrodos, e se expressa quantitativamente por meio da relação
entre a tensão aplicada ao aterramento e a corrente resultante.
2.2 Avaliação da Resistência de Aterramento
Os procedimentos e o tratamento da medida existente no
caso de condutores metálicos lineares possui uma simplicidade que não deve ser
aplicada no caso da medida da resistência de aterramento devido a geometria
complexa apresentada pelos caminhos percorridos pela corrente elétrica. Essa
corrente tende a se dispersar em todas as direções, com caminhos dependentes da
característica do solo.
A resistência de aterramento (de um eletrodo) é
definida como a relação da tensão medida entre o eletrodo e o terra remoto e a
corrente injetada no eletrodo (ABNT, 2009). Para
sua medida é utilizado o método da queda de potencial, inclusive para
realização da medida da malha de terra em subestações energizadas.
Entretanto, em determinadas situações, a realização
das medidas como método da queda de potencia é muito difícil ou mesmo
impossível devido a:
- Realização de ensaios em
instalações energizadas ou em locais próximos a grandes fontes geradoras
de ruídos, como alimentadores ou linhas de transmissão. As medidas
realizadas na frequência de 60 Hz recebem grande interferência das fontes
externas e do próprio sistema medido energizado.
- Grande incerteza da medida
em sistemas de aterramento com grandes dimensões. Essas instalações
geralmente apresentam resistências de aterramento inferiores a 1[Ω] e a
utilização de equipamentos de teste e acoplamentos de medidas com baixa
sensibilidade pode comprometer os resultados obtidos.
- Necessidade de testes em
locais densamente povoados, criando dificuldades para a instalação do
cabeamento de teste nas distâncias adequadas para a confiabilidade da
medição.
Este trabalho apresenta aplicações envolvendo novas
tecnologias e novos equipamentos capazes de realizar testes com maior rapidez e
eficácia, eliminando interferências através da variação de frequência aplicada
nos testes. Mostra através de resultados práticos a validade do método
apresentado.
2.3 Medida da resistência de aterramento
A medida da resistência de aterramento é realizada com
a utilização de uma fonte de corrente controlada e um circuito elétrico,
composto de um ponto de injeção de corrente e um ponto de retorno dessa
corrente. O ponto de injeção de corrente é definido e a corrente é injetada por
meio do sistema de aterramento a ser medido. Pode ser um ponto de aterramento
da instalação ou de um equipamento. O ponto de saída da corrente pode ser
obtido através de um ponto de aterramento auxiliar, composto por uma ou mais
hastes interligadas conforme a figura a seguir.
A determinação da resistência do aterramento é obtida
pela razão da tensão medida entre o sistema de aterramento sob ensaio e o
eletrodo de potencial e da corrente que flui entre o aterramento e o eletrodo
auxiliar de corrente. Pela Lei de Ohm a resistência é calculada.
A distância entre o eletrodo auxiliar de corrente e o
sistema de aterramento deve ser de no mínimo três vezes a maior dimensão
(normalmente a diagonal) do sistema de aterramento a partir da periferia da
malha. Quanto maior a distância do eletrodo de corrente, maiores são as chances
de não haver sobreposição das regiões de influencia da malha e do eletrodo (ABNT, 2009).
Com a fonte, injeta-se uma corrente na malha e através
de um eletrodo auxiliar de tensão realizam-se as medições da diferença de
potencial entre o eletrodo e a malha em várias distâncias ao redor da
subestação.
A disposição do circuito é muito importante,
principalmente a localização do eletrodo de tensão em relação ao eletrodo
auxiliar. Esta disposição do circuito pode determinar o tipo de curva que será
obtido da resistência em função da distância do sistema sob ensaio conforme
gráfico mostrado na figura 3.
Se possível, deve-se escolher os pontos de medida em
um ângulo de 90º relativos à trajetória da corrente. A medida realizada próxima
à trajetória de corrente, com um ângulo menor que 60º, deve ser evitada.
Entretanto, recomenda-se, por questão de segurança,
que a distância do eletrodo de tensão em relação ao eletrodo auxiliar não seja
inferior a 40 [m] para pequenos aterramentos e a 100 [m] para teste de malhas
de grandes sistemas [5].
Recomendam-se também medições em diferentes
distâncias. Os resultados devem ser semelhantes. Se os pontos forem dispostos
próximos à subestação, ou próximo demais a outros sistemas de aterramento, ou
sobre condutores enterrados, os resultados não são estáveis. A Figura 4
representa o sistema descrito.
A resistência real do aterramento, para solos
homogêneos, se dará quando o eletrodo de potencial, colocado aproximadamente
60% da distância entre o centro elétrico da malha e o eletrodo de corrente e em
linha com estes, normalmente está na região do patamar. Este eletrodo tem sua
localização gradativamente variada ao longo dessa direção, efetuando-se uma
medição para cada posição, de forma a gerar uma curva semelhante à da Figura 5, da qual se obtém o valor da resistência do
aterramento (Beltani, 2007)
Antes de iniciar os testes, para conferir se a
corrente está sendo efetiva para a realização do ensaio, é aconselhável fazer
uma verificação da proporcionalidade entre a corrente injetada e a tensão
medida, por exemplo, injetar uma corrente uma determinada corrente na malha e
medir a tensão dentro da mesma, a medida de tensão pode se realizada entre duas
hastes distanciadas de um metro uma da outra dentro da malha de terra. Após a
medição, dobrar a corrente injetada e medir a tensão novamente na mesma posição
e a tensão deve dobrar também. Caso a proporcionalidade não seja mantida, é
sinal de que tensão residual na malha de terra é muito elevada, e não será
possível realizar uma medição confiável utilizando os procedimentos
convencionais.
2.4 Sistema de Teste Utilizado
Neste trabalho, todos os testes foram executados com
um sistema completo de teste, o CPC100 da Omicron. O dispositivo possui de um
Processador Digital de Sinal (DSP) que gera sinais senoidais numa faixa de
frequência de 15 a 400 Hz alimentados através de um moderno amplificador de
potência. Um transformador de saída combina a impedância interna do
amplificador com a impedância do objeto sob teste. Realiza a grande maioria de
teste em equipamentos de subestação. Por utilizar a frequência de teste
diferente da frequência de linha e seus harmônicos, junto com medições usando
técnicas de filtragem seletiva, o equipamento de teste pode ser operado em
campo, até em subestações com altos distúrbios eletromagnéticos.
Figura 6 - Sistema de teste CPC100.
2.5 Estudos de Casos
2.5.1. Comissionamento de Subestação de 138/13,8 kV
de 27 MVA
A subestação em questão apresenta uma potência
instalada de 27 MVA com um transformador de 138/13,8 kV, possui duas linhas de
138 kV, um bay da alta do transformador e um bay de transferência de barras em
138 kV. Na baixa tensão, possui o bay da baixa do transformador e 4
alimentadores da saída, além de um banco de capacitores de 4,8 MVA. A maior
diagonal da subestação mede aproximadamente 70 metros.
A medição de resistência foi realizada com a
subestação desenergizada e totalmente desconectada do sistema. O eletrodo de
corrente foi posicionado a uma distância de 3 vezes a maior diagonal da
subestação, neste caso 210 metros aproximadamente.
O eletrodo de corrente foi formado por um conjunto de
hastes cravadas no solo e interligadas entre si para diminuir a resistência de
contato deste eletrodo com o solo, conforme mostrado na figura 2. Este eletrodo foi conectado à malha de terra através de um cabo
isolado com capacidade para transportar a corrente injetada, neste caso
aproximadamente 1,3 Ampères.
Com a corrente circulando entre a malha de terra e o
eletrodo auxiliar de corrente, utilizou-se um eletrodo auxiliar de tensão que
para medir a queda de potencial entre a malha de terra e o eletrodo. A primeira
medição foi realizada dentro do triângulo formado pelas 3 hastes, e as demais
medições foram feitas em passos de 10 em 10 metros até chegar na subestação.
Como a subestação encontrava-se desenergizada, a
corrente foi injetada na frequência de 60 Hz, obtendo-se os resultados para a
resistência de aterramento mostrados na curva abaixo.
Figura 7 – Gráfico da resistência em função da distância do
eletrodo de potencial.
Com a energização da subestação, um novo ensaio foi
realizado utilizando os mesmos procedimentos, mas desta vez, a corrente foi
injetada em duas frequências, em 60 Hz e 70 Hz. O ensaio em 60 Hz foi repetido
para verificar a interferência do sistema energizado nas medições. Os valores
obtidos comparando todos os ensaios antes e depois da energização estão
representados na Figura
8.
Podemos observar que as curvas em vermelho e em verde
apresentam grande semelhança, mostrando que a utilização de uma fonte de
injeção de corrente utilizando uma frequência fora da fundamental, não sofre
interferência do sistema energizado que é o que ocorre com a curva azul. Vale
ressaltar que a corrente utilizada foi de baixa intensidade, em torno de 1,3
Ampères.
2.5.2. Comissionamento de Subestação de 138/13,8 kV
de 27 MVA
A subestação conta com um transformador de 138/13,8 kV
de 27 MVA, possui duas linhas de 138 kV, um bay da alta do transformador e um
bay de transferência de barras em 138 kV. Possui ainda um bay de baixa do
transformador e 4 alimentadores da saída, além de um banco de capacitores de
4,8 MVA. A maior diagonal da subestação mede aproximadamente 95 metros.
O eletrodo de corrente foi posicionado a uma distância
de aproximadamente a 270 metros através de cabos isolados e hastes
interligadas.
A subestação estava desenergizada, mas por possuir
muitas linhas e redes de distribuição ao seu redor, foi feito um teste para
verificar a proporcionalidade entre a corrente e tensão, o teste consiste em
medir a tensão entre duas hastes a um metro de distância uma da outra dentro da
malha variando o valor da corrente. Os resultados estão representados na tabela
abaixo.
Tabela 1 - Medida entre a proporcionalidade da tensão
e corrente.
É possível verificar na tabela que com a injeção de corrente
na frequência de 128 Hz a tensão se mantém proporcional ao aumento da corrente.
Com a corrente injetada na frequência de 60 Hz o mesmo não ocorre. Mesmo com a
subestação desenergizada, para realizar o ensaio utilizando os procedimentos
convencionais, a fonte para a injeção de corrente deveria ser muito maior para diminuir
o impacto da corrente residual existente na malha n resultado das medições.
Os ensaios foram realizados injetando-se corrente na
frequência de 128 Hz e o gráfico abaixo mostra os valores da resistência da
malha deslocando o eletrodo de potencial em direção ao eletrodo de corrente e
em direção contrária.
Figura 9 - Resistência em função da distância em 128 Hz.
Neste caso, foi possível confirmar as curvas mostradas
nas figuras 3 e 4, onde os valores de resistência são praticamente os mesmos,
com uma pequena diferença para baixo nas medições no sentido contrário.
2.5.3 Avaliação de Subestação de 34,5/13,8 kV de 15
MVA.
Esta subestação de distribuição apresentou problemas
de queima dos sistemas de controle dos religadores. Ela possui dois
transformadores de 34,5/13,8 kV com 7,5 MVA cada, possui dois bancos reguladores
de tensão e quatro alimentadores de 13,8 kV.
No ensaio de resistência, a maior diagonal da malha
considerada foi de 40 metros. O eletrodo auxiliar de corrente foi colocado a
uma distância de aproximadamente 150 metros. A corrente injetada foi na ordem
de 2,37A em 60 Hz e em 70 Hz. O ensaio foi realizado com a subestação energizada.
Os valores encontrados no ensaio com injeção de
corrente em 70 Hz estão expostos no gráfico a seguir.
Os ensaios realizados em 60 Hz são mostrados no
gráfico abaixo apresentado a grande diferença entre as duas medições.
A diferença entre as duas medições se deve a grande
interferência na medição com a frequência da rede. Os valores medidos de tensão
apresentavam valores muito maiores, não correspondendo a corrente injetada.
Isto se deve ao nível alto de corrente residual que circulam pela malha. Para
que fosse possível medir a resistência neste caso, com a frequência em 60 Hz,
seria necessário injetar um corrente muito maior na malha para que a corrente
residual se tornasse insignificante para a medição. Esta não seria uma
alternativa prática, uma vez que a fonte teria que ser mais robusta e os níveis
de tensão utilizados no ensaio tornariam o procedimento menos seguro.
Como podemos observar nos ensaios de resistência, os
valores encontrados são considerados muitos satisfatórios. Um fato que melhora
muito o valor de resistência e em certos casos pode não mostrar o real estado
da malha de terra é o tipo do material que compõem o solo e a umidade do mesmo.
Neste caso, por exemplo, possui um rio passando ao lado da subestação, deixando
o terreno muito umedecido.
Outro ensaio realizado para avaliar a integridade da
malha de terra é o ensaio para verificação das conexões dos equipamentos. Uma
fonte de corrente continua pode ser utilizada para realizar este ensaio ou um
alicate terrômetro. Com este ensaio foi possível encontrar o motivo pelo qual
os equipamentos estavam queimando constantemente, alguns equipamentos estavam
mal aterrados ou desaterrados, provocando sua queima durante um surto de tensão
ou chaveamento.
2.5.4 Avaliação de Subestação de 138/23kV de 17MVA.
Esta instalação possui uma capacidade de distribuição
de 17 MVA com um transformador de 138/23 kV. Possui também quatro linhas de
transmissão de 138kV, um bay da alta do transformador e um bay de transferência
de barras em 138kV. Na baixa tensão, um bay da baixa do transformador e quatro
alimentadores da saída, além de um banco de capacitores de 4,8MVA. A maior
diagonal da subestação mede aproximadamente 80 metros.
A máxima distância que foi possível colocar o eletrodo
auxiliar de corrente foi de 150 metros. Os resultados abaixo mostram que devido
a este fato não foi possível definir um valor de resistência para a malha, uma
vez que a região de patamar não ficou bem definida conforme figura abaixo.
Nestes casos, onde não é possível posicionar o
eletrodo de corrente em uma distância adequada, devido a fatores como
localização do terreno, diagonal muito grande da subestação, é possível
utilizar uma linha de transmissão, ou o cabo de guarda de uma linha. Mas nestes
casos o tratamento que deve ser dados com relação à segurança é o mesmo
utilizado para serviços em linha viva.
Como comparação dos valores medidos com injeção de
corrente em 60 e 70 Hz, o gráfico abaixo mostra que nesta subestação é
impossível realizar a medição na frequência da rede devido ao alto nível de
interferência na malha.
Figura 13 - Comparação entre medição em 60 e 70 Hz.
3. Conclusões
A utilização de fontes com possibilidade de variação
de frequência diminui a intensidade da corrente de teste injetada quando
comparada com o método convencional. A variação da frequência surge como uma
alternativa para eliminar interferência presentes nos sistemas elétricos. A
utilização de um equipamento de alta tecnologia auxilia na execução dos ensaios
tanto na geração dos sinais em frequências diferentes da fundamental como
também nas medições realizadas de forma seletiva nas frequências definidas pelo
operador. Desta forma provoca o aumento da confiabilidade dos resultados
obtidos em campo. A possibilidade de fazer medições utilizando baixos níveis de
corrente aumenta a segurança na execução dos ensaios.
4 Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 15751 - Sistemas de aterramento de subestações —
Requisitos. ABNT, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 15749 – Medição de Resistência de aterramento e de
potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento. ABNT, 2009.
Beltani, J. M. Medição de
malha de terra em subestações energizadas, Dissertação (mestrado) -
Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, 2007
Moreno, H.; Costa, P.F.
Aterramento elétrico. São Paulo: Procobre, 1999. 39 p.
Visacro Filho, S. Aterramentos
elétricos: conceitos básicos, técnicas de medição e instrumentação, filosofias
de aterramento. São Paulo: Artliber, 2002. 159 p.
Tagg, G. F. Meansurement of
earth-electrode resistance with particular reference to earth-eletrode systems
covering a large area. Proceedings IEE,New York, v. 3, n. 12, p. 2118-2130,
1964.
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