sábado, 4 de julho de 2015



Hoje eu resolvi voltar a escrever.


E é impressionante quando as decisões nos movem, mostrando que os instantes passam, mas nossa capacidade de os sentir não. E principalmente a surpresa do momento novo.
Essas palavras não são apresentadas agora como o interlúdio entre mudanças de pensamentos, certezas ou mesmo mudanças radicais do pensamento do autor. Elas apenas mostram a transição de um momento para outro. E assim deve ser...
Momentos que devem ser vividos intensamente e felizmente deliciados enquanto o outro não vem. Feliz é o momento que não queremos que acabe, feliz é instante onde não pensamos na chegada do próximo.
Torceremos nessa esperança, pra falar de esperança:

A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?

Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da morte a me bradar: descansa!


(Esperança, Augusto dos Anjos)